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Como os métodos alternativos podem ser empregados para trazer sustentabilidade?



A preocupação e zelo pelo meio ambiente é algo cada vez mais cobrado por órgãos internacionais. Empresas privadas devem estar atentas a políticas que tragam equilíbrio entre produtividade e sustentabilidade ambiental.


Grandes corporações se relacionam com pessoas e estão presentes no dia a dia da população, influenciando diversos aspectos de nossas vidas. Portanto, não basta uma empresa estar focada somente em crescimento e lucratividade, mas também deve estar ciente do seu papel perante a sociedade e o meio ambiente.


Dentro deste contexto, a utilização de metodologias alternativas representa uma ferramenta fundamental para fortificar e desenvolver a aplicação de práticas sustentáveis, especialmente quanto ao meio ambiente.


Métodos alternativos e sustentabilidade ambiental


De fato, há uma forte tendência e esforço mundial para substituir testes em animais. E isso passa por diversos fatores.


Quando comparados aos modelos in vivo, é fato que métodos alternativos in vitro garantem testes mais rápidos e baratos. Modelos animais tendem a gerar dados que carregam uma maior variabilidade, gerando resultados imprecisos e que demandam maior esforço e gasto financeiro para análise.


Além disso, existe uma dificuldade muito grande na aplicação do conhecimento obtido a partir de modelos in vivo para a realidade humana, por exemplo, devido às diferenças fisiológicas entre os organismos.


Dessa forma, modelos in vitro que mimetizem a complexidade e funcionamento do organismo estudado diminuem consideravelmente essa distância filogenética e garantem resultados mais precisos e próximos da realidade. Com estes testes, é possível gerar dados robustos que garantam a eficácia de produtos e a segurança para pessoas e meio ambiente.


Indo além de questões financeiras e de produtividade, métodos alternativos carregam outra bandeira tão importante quanto: a responsabilidade ambiental.


A substituição do uso de animas por metodologias alternativas se baseia na política dos 3Rs: Reduzir, Refinar ou Substituir (do inglês replace) o emprego de animais nas pesquisas biomédicas. Ou seja, por meio dessa estratégia é possível diminuir o impacto ambiental de pesquisas científicas.


O respeito à vida e bem-estar animal são fatores fundamentais em uma realidade adequada às práticas de sustentabilidade. Dessa forma, o uso de métodos alternativos estimula a utilização inteligente de recursos e o respeito à biodiversidade e vida animal.


Além disso, os avanços científicos atuais trazem a tona debates éticos relacionados à capacidade dos animais de sentir emoções, como alegria, dor, medo e estresse. Dessa forma, o bem-estar animal deve ser sempre o caminho e o objetivo final a ser perseguido.


Avanços e retrocessos regulatórios


Apesar das extensas vantagens e esforços, a utilização de metodologias alternativas ainda enfrenta algumas barreiras, ao menos na Europa. Em 2020, a Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) começou a solicitar novamente a utilização de testes em animais para produtos químicos que são componentes de uma variedade de produtos disponíveis para consumo, incluindo cosméticos.


É válido lembrar que em 2013 a União Europeia proibiu totalmente a venda de cosméticos que contenham ingredientes testados em animais. Tais medidas representam retrocesso frente ao avanço obtido nos últimos anos quanto à utilização de metodologias alternativas.


Por outro lado, no Brasil, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) reconheceu recentemente novos métodos alternativos que podem ser utilizados em substituição ao uso de animais. O CONCEA publicou nova normativa (RN 54, janeiro de 2022) que reconhece 25 métodos alternativos ao uso de animais em atividades de ensino e pesquisa científica.


Na resolução em questão, o CONCEA considera como método alternativo todo método que possa ser utilizado para substituir, reduzir ou refinar o uso de animais e cuja confiabilidade e relevância foram determinadas por meio de processos rigorosos de validação.


Em suma, metodologias que utilizem testes em animais são cada vez mais dispensáveis e questionáveis em um mundo em constante evolução que busca aliar desenvolvimento à sustentabilidade.


A Eleve Science é uma startup de base tecnológica que oferece serviços e inovações em predição de segurança e eficácia de produtos, empregando métodos alternativos ao uso de animais que atendem às indústrias farmacêuticas, veterinárias, cosméticas e afins.


Referências:


Fentem J, Malcomber I, Maxwell G, Westmoreland C. Upholding the EU's Commitment to 'Animal Testing as a Last Resort' Under REACH Requires a Paradigm Shift in How We Assess Chemical Safety to Close the Gap Between Regulatory Testing and Modern Safety Science. Altern Lab Anim. 2021 Jul;49(4):122-132. doi: 10.1177/02611929211040824.

BRASIL. Resolução Normativa Concea Nº 54, de 10 de Janeiro de 2022. 11. ed. Brasil, 17 jan. 2022. Disponível em: https://www.imprensanacional.gov.br/web/dou/-/resolucao-normativa-concea-n-54-de-10-de-janeiro-de-2022-374148642. Acesso em: 20 set. 2022.

Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações. (2022). Métodos Alternativos reconhecidos pelo Concea. Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/composicao/conselhos/concea/paginas/publicacoes-legislacao-e-guia/metodos-alternativos-reconhecidos-pelo-concea. Acesso em: 18 ago. 2022.

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